Há 55 anos, em 12 de maio de 1968, consumava o oferecimento de sua vida, a Venerável Irmã Maria Santina de Jesus Scribano (1917 –1968), das Irmãs do Sagrado Coração de Ragusa. Serviu a Jesus nos doentes até que a enfermidade lhe restringiu a uma cadeira de rodas.
Irmã Santina foi Mensageira de Jesus Sacerdote Misericórdia Infinita. Após sua morte, foram fundados em Siracusa: o Santuário, a Obra Sacerdotal, e as Irmãs Auxiliares.
Através de seus escritos, especialmente de seu Diário espiritual, conhecemos as grandes graças unitivas que recebeu de Deus, sua grande intimidade com o Coração de Jesus, que a chamava de “miséria minha”.
Uma alma pequena, uma vida escondida, cheia de sacrifícios e sofrimentos, que viveu plenamente sua vocação de "mãe dos sacerdotes".
Selecionei trechos do seu precioso Diário, nas quais vemos a beleza e urgência desta sua vocação e missão sacerdotal:
I - É a hora das almas pequenas
- É a hora das almas pequenas, quero usar da minha Misericórdia, quero a qualquer custo salvar o mundo, quero consumir as almas com o fogo do meu Coração. Sim, quero possuir inteiramente as almas a Mim consagradas, e especialmente os meus Sacerdotes, "Sal da terra e Luz do mundo".
Os quero possuir, transformar, divinizar, os quero encerrar para sempre no meu Coração.
Miséria minha, se pudesses compreender o quanto amo os meus Sacerdotes! Verdadeiramente eles são a palpitação mais terna e delicada do meu Coração. Se os sacerdotes forem santos, as almas se santificarão.
Reza, sofre pelos Sacerdotes, pela minha Obra, pelos interesses da minha Glória (...)". (14 de outubro de 1950)
Diario Spirituale. Vol. I, pg. 82
II - Nada és
"A minha miséria me oprimia e pensava que assim impedia a Obra do Seu Amor e que não sou capaz de nada. Quando Jesus veio a mim na S. Comunhão Lhe disse a minha tristeza e Ele com ternura me respondeu dizendo:
"Se fosses digna não teria te escolhido, porque preciso da lama para fazer resplandecer a minha pureza, preciso das trevas para fazer resplandecer a minha luz; preciso de ti que nada és, para agir em ti livremente e se conheça a minha ação e que tudo é obra minha" (08 de janeiro de 1951)
Diario Spirituale. Vol. I, pg. 113
III - Mãe dos sacerdotes
“Ó minha miséria, pequena vítima, predileta do meu Coração! Não deixes ignorado o grito do meu Coração, deixa-me servir de ti, miséria, para realizar meus desígnios de amor, deixa-te consumir pelos interesses da minha glória. És minha esposa e coMigo desposaste tudo aquilo está no meu coração.
A ti confio os meus Sacerdotes. A ti, se imolar pela sua santificação, pelo seu ministério, que seja fecundo de bem, porque a eles toca distribuir a graça às almas, a eles, meus Sacerdotes, toca dar luz ao mundo obscurecido.
Minha miséria, Vítima do meu coração, a ti confio os meus sacerdotes; com eles age como mãe, esquece-te para doar-te sem reservas para aquilo que exige a missão que te confio: os confio a ti e às tuas filhas; formai-os no espírito que te manifestei, tornai-os como os quero, dignos de tal missão”. (05 de abril de 1951)
Diario Spirituale. Vol. I, pg. 131
IV - Dardo em chamas
"Na meditação, me esforçava para vencer a aridez e pedia a Jesus que me transformasse num dardo em chamas.
Jesus então me disse: - Toma o livro e escreve:
"Na grande Misericórdia do meu Coração te consumirei nas chamas do meu Amor, te transformarei num dardo em chamas e te lançarei sobre as almas Sacerdotais para feri-las do meu Amor e, através d´Eles, ferir todas as almas" (22 de junho de 1951).
Diario Spirituale. Vol. I, pg. 140
V - Sangue de Jesus
"Mais uma vez, Jesus me mostrou como me deu o seu Coração Divino, fonte inexaurível de todo bem, virtude e santidade.
Da larga ferida do Coração brotava como uma fonte sempre viva, o Sangue de Jesus, e esse estava em mim, no meu peito. Jesus me disse: "Aproxima todos os teus filhos e fazei que possam se saciar nesta fonte indefectível", e eu, além de os nutrir, os cobria com o Sangue Divino, para serem sempre mais purificados e santificados.
Depois de ter saciado todos os meus filhos, que são todos os Sacerdotes da terra, e os ter coberto com o Sangue de Jesus, aquele Sangue descia ainda sobre todas as almas que estão na terra.
Jesus, sabendo que nunca me sacio, me disse para derramar o Seu Sangue sobre todas as almas, em particular sobre os Sacerdotes, e sobre o mundo em ruínas” (Primeira Sexta-feira de Junho de 1958).
Diario Spirituale. Vol. II, pg. 21
VI - Pelos meus Sacerdotes
"Hoje, de manhã, quando Jesus veio ao meu coração pela S. Comunhão, me disse: "reza pelos meus Sacerdotes"; e com premente insistência me repetiu a mesma coisa: "reza, suplica, repara pelos meus Sacerdotes". Assim hoje com maior intensidade tudo fiz e ofereci pelos sacerdotes". (10 de dezembro de 1958).
Diario Spirituale. Vol. II, pg. 47
VII - Minha particular missão
"Jesus me revelou a minha particular missão, me fez compreender toda a profunda beleza, e na S. Comunhão pôs o selo de confirmação. Ao lado de todos os Sacerdotes que existem e existirão até o fim dos tempos, o ofício de mãe que compreende, conforta, sustenta, ajuda e fortifica.
O Sacerdote é um homem só, mesmo se frequentemente cercado de pessoas queridas. Quem compreende o seu coração de Sacerdote? Está só também pela maldade humana que de tudo faz lama. Está só, sobretudo quando não vive a plenitude da sua vida, a união com Deus e com a Virgem Santa.
A solidão, entretanto, o desencoraja, o abate, e o demônio busca estes momentos propícios a ele para insinuar o tédio de tudo e os desejos das cebolas do Egito.
Minha Esposa, eis os filhos que te dei: todos os meus Sacerdotes.
Seja para eles Mãe que compreende, a quem tudo se pode dizer. Seja coração que ama, conforta, encoraja, sustenta, fortifica. Farás isso, espiritualmente próxima a todos os Sacerdotes que existem e existirão até o fim dos tempos. Recorda... para realizar a missão que te confiei, te dei o meu Coração com todos os seus tesouros”. (26 de abril de 1959).
Diario Spirituale. Vol. II, pg. 96-97
VIII - Viver o Evangelho
"- Nunca te repetirei o bastante a santidade que quero dos meus Sacerdotes e das almas a Mim consagradas, especialmente por esta missão que lhes confio. Nunca te direi o bastante que Amor me impulsiona por esta Obra destinada a preservar o Sal da terra da corrupção do mundo e que santidade exijo das almas destinadas à colaborar com o Sacerdote, destas almas vítimas. Que Amor, que reparação espero… sobretudo com a santidade de vida, verdadeira autêntica santidade. Esta é a era dos grandes santos para os tempos atuais. Não é tempo de palavras, mas de obras, não é tempo de virtude ordinária, mas de heroísmo da virtude; retornar ao Evangelho, viver o Evangelho, pregá-lo com a própria vida, mais que com as palavras. Pureza, pureza, pureza de pensamentos, de palavras, de obras para salvar as almas que vivem na lama (...)" (25 de julho de 1963).
Diario Spirituale. Vol. II, pg. 479
IX - Missão
"Jesus, pela terceira vez, de modo solene, disse: "Como é grande a tua missão! Vasta como o mundo, estendida a todos os homens e de todos os tempos.
A Obra é um ramo da tua missão tão vasta, universal".
Jesus me mostrou sua beleza, a grandeza, a sublimidade. Vale a pena sofrer para realizar o plano divino" (25 de outubro de 1965).
Diario Spirituale. Vol. II, pg. 567
Deus lhe pague!
Ajude a divulgar!
Em união de orações,
José Eduardo Câmara