Em 10 de Janeiro de 1938 falecia o Venerável Padre Félix de Jesus Rougier (1859— 1938) fundador dos Missionários do Espírito Santo, Obra pedida por Nosso Senhor à Beata Conchita Cabrera de Armida (1862-1937), grande mística mexicana.
Lemos em seus escritos:
“(...) o Senhor me disse: - Virá uma plêiade de sacerdotes santos, que incendiarão o mundo com o fogo da Cruz. Eu lhe pergunte: - Serão os da Congregação que anunciou, meu Jesus?
- Sim. Eles se formarão numa singular perfeição com a doutrina que te dei, que é a essência do Evangelho. Tu serás mãe de muitos filhos em espírito, mas te custarão mil martírios. Eu abrirei os caminhos. Sejas fiel e cumpre minha vontade”.
O Padre Félix foi um Apóstolo incansável, pai espiritual e diretor de almas. Fundou também três institutos: as Filhas do Espírito Santo, as Missionárias Guadalupanas do Espírito Santo e as Oblatas de Jesus Sacerdote.
Um aspecto da espiritualidade do Padre Félix me marcou: seu amor profundíssimo pelo Pai Celestial.
Neste amor formava seus filhos e filhas espirituais. Dizia:
“Quero e suplico a Jesus o que vou pedir, para meus filhos e para mim: Que de verdade amemos o Divino Pai como ele o amou, sem medida e até a morte de Cruz”.
Foi também pregador exímio e formador de almas. Assim pregava aos seus noviços:
“A Igreja nos ensina a nos dirigir de maneira especial ao Pai. Olhem seu Missal e verão que, pelo menos, noventa por cento das orações são ao Pai. É que o Pai é o princípio e o primeiro em tudo, pois o Filho é gerado pelo Pai e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. O Pai enviou a seu Filho a redimir o mundo, e o Espírito Santo recebeu a missão de nos santificar. O Pai, pois, dá missões. Mas Ele de ninguém as recebe.
O centro do culto cristão é a Eucaristia e sempre se oferece ao Pai, a ninguém mais.
Por isso, fiquei triste um dia que preguei sobre o Pai em um convento de religiosas e uma delas me disse: É a primeira vez que ouço falar sobre a primeira pessoa da Santíssima Trindade.
Como se pode viver a Santa Missa se alguém não tem uma grande devoção e um grande amor a Deus Pai?
Não deixem de crescer na devoção ao Pai de Jesus e Pai nosso; para imitar a Jesus, para seguir a Igreja, para crescer no caminho da verdadeira união com Deus, para gozar sempre de seus consolos, para beber no manancial de toda graça”.
Daqui se vê a profunda influência que ele teve em um dos seus filhos espirituais em processo de beatificação: o Venerável Padre Pablo María Guzmán Figueroa (1897 - 1967), sacerdote Missionário do Espírito Santo e fundador das Missionárias Eucarísticas da Santíssima Trindade.
Este amor ao Pai Eterno foi central na própria vida interior do Padre Félix. Nos seus escritos íntimos se encontra um escrito intitulado PONTOS PARA MEU EXAME DE CONSCIÊNCIA:
“- Ser uma oferenda ao Pai, em união com Jesus, deixando que o Espírito Santo atue em mim, sem estorvar sua ação.
- Viver na presença do Divino Pai, procurando agradá-lo em tudo.
- Olhar o Pai com o olhar de Jesus, com obediência perfeita.
- Honrar a meu Pai. Amá-lo. Rezar bem o “Pai Nosso”.
- Imitar o meu Pai na doçura e bondade interior e exterior.
- Ser fiel no que prometo a meu Pai.
- Sacrificar-me um pouco mais na comida, para oferecer isto ao Pai.
- Amar o Pai por todos os que não o amam, como um filho que queria compensar a seu Pai a quem vê pouco amado. Direi a Ele com frequência: Pai, te amo por todos os que não te amam.
- Buscar o Pai no silêncio.
- Viver continuamente com o Pai, dentro do meu coração.
-Evitar que meus olhos se distraiam para estar mais unido a meu Pai.
-Ter mais confiança em meu Pai e mais gratidão.
- Refugiar-me sempre no coração de meu Pai.
- Mais presença do Pai em cada Missa. Na Comunhão. Na ação de graças.
- Abandonar-me nas mãos do Pai, com amor, muito unido a Ele.
- O Pai sempre na minha meditação, nas minhas intenções, na observância religiosa, em minha consciência”.
Na sua biografia escrita pelo padre Ricardo Zimbrón Levy, M.Sp.S., que inspirou este pequeno texto, lemos que certo dia um noviço lhe perguntou:
- Por que não escreveis um livro sobre a devoção ao Pai? Assim conservaríamos por escrito tudo o que nos pregastes sobre isso, e que considerais o mais importante...
O Venerável Padre Félix lhe respondeu: -Não é necessário filho, esse livro já está escrito; se chama O EVANGELHO.
E no seu leito de morte, quando lhe foi perguntado: - Deseja nos fazer alguma recomendação?
- Sim. Que amem muito o Pai Celestial, como o amou Jesus. Que possam dizer como ele: EU FAÇO SEMPRE O QUE AGRADA A MEU PAI.
Rezemos hoje também com as palavras do Venerável Padre Félix:
“Ó Pai, Pai bom, Pai Santo, Pai misericordioso, Pai Eterno, Pai Celestial, Pai de quem procede todo o bem, Pai de quem vem toda paternidade, Pai de Jesus Cristo, Pai amadíssimo, Pai nosso; fazei que nós, teus filhos, te amemos apaixonadamente”.
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Deus lhe pague!
Em união de orações,
José Eduardo Câmara